A curiosidade como princípio
Ando a escrever sobre minhas neuroses, embora saiba quão trabalhosa é a tarefa de identificar as partes de um todo (topologia do inconsciente) incognoscível (ainda) e fascinante. Freud deixou uma grande herança; eu brinco com algumas moedas desta. Sigo a razão, mas, claro, são minhas ferramentas também a intuição e a própriocepção; alguma coisa escorre pelos dedos da mão como água fresca, e misteriosamente sinto a frustração de não ser capaz de agarrar o líquido que me escorre de entre os dedos, embora reafirme a certeza dessa realidade manifestada em minha mão molhada: sim, a água existe e está aqui presente em minha mão molhada. Apenas não consigo contê-la, a menos que tivesse dobrado a mão em concha. Mas a realidade está sim manifestada na mão molhada, apenas não consegui retê-la. Quero igualmente conter a neurose que se me escapa; examinar, descaracterizar, re-significar, apesar da fluidez com que se move. Uma boa figura: retê-la ao menos, como faria com meu dedo indicad