A curiosidade como princípio
Ando a escrever sobre minhas neuroses, embora saiba quão trabalhosa é a tarefa de identificar as partes de um todo (topologia do inconsciente) incognoscível (ainda) e fascinante. Freud deixou uma grande herança; eu brinco com algumas moedas desta.
Sigo a razão, mas, claro, são minhas ferramentas também a intuição e a própriocepção; alguma coisa escorre pelos dedos da mão como água fresca, e misteriosamente sinto a frustração de não ser capaz de agarrar o líquido que me escorre de entre os dedos, embora reafirme a certeza dessa realidade manifestada em minha mão molhada: sim, a água existe e está aqui presente em minha mão molhada.
Apenas não consigo contê-la, a menos que tivesse dobrado a mão em concha.
Mas a realidade está sim manifestada na mão molhada, apenas não consegui retê-la.
Quero igualmente conter a neurose que se me escapa; examinar, descaracterizar, re-significar, apesar da fluidez com que se move.
Uma boa figura: retê-la ao menos, como faria com meu dedo indicador pressionando o rabo de um ratinho, fôsse este ratinho branco, não o modelo comportamental de Skinner, mas a neurose, ipsis litteris que eu quero conhecer.
Sócrates recomenda conhecer a si mesmo (nosce te ipsum) e para tanto não é preciso um agente de suposto saber (terapeuta) mas, através do bom senso, da boa observação e reflexão é possível adentrar o jardim grego para uma surpreendente aventura peripatética. Este pode ser um bom começo, na vida de qualquer pessoa, para o inefável processo de individuação (Jung).
Sigo a razão, mas, claro, são minhas ferramentas também a intuição e a própriocepção; alguma coisa escorre pelos dedos da mão como água fresca, e misteriosamente sinto a frustração de não ser capaz de agarrar o líquido que me escorre de entre os dedos, embora reafirme a certeza dessa realidade manifestada em minha mão molhada: sim, a água existe e está aqui presente em minha mão molhada.
Apenas não consigo contê-la, a menos que tivesse dobrado a mão em concha.
Mas a realidade está sim manifestada na mão molhada, apenas não consegui retê-la.
Quero igualmente conter a neurose que se me escapa; examinar, descaracterizar, re-significar, apesar da fluidez com que se move.
Uma boa figura: retê-la ao menos, como faria com meu dedo indicador pressionando o rabo de um ratinho, fôsse este ratinho branco, não o modelo comportamental de Skinner, mas a neurose, ipsis litteris que eu quero conhecer.
Sócrates recomenda conhecer a si mesmo (nosce te ipsum) e para tanto não é preciso um agente de suposto saber (terapeuta) mas, através do bom senso, da boa observação e reflexão é possível adentrar o jardim grego para uma surpreendente aventura peripatética. Este pode ser um bom começo, na vida de qualquer pessoa, para o inefável processo de individuação (Jung).
Comentários
Postar um comentário