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Mostrando postagens de 2007
A curiosidade como princípio
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Ando a escrever sobre minhas neuroses, embora saiba quão trabalhosa é a tarefa de identificar as partes de um todo (topologia do inconsciente) incognoscível (ainda) e fascinante. Freud deixou uma grande herança; eu brinco com algumas moedas desta. Sigo a razão, mas, claro, são minhas ferramentas também a intuição e a própriocepção; alguma coisa escorre pelos dedos da mão como água fresca, e misteriosamente sinto a frustração de não ser capaz de agarrar o líquido que me escorre de entre os dedos, embora reafirme a certeza dessa realidade manifestada em minha mão molhada: sim, a água existe e está aqui presente em minha mão molhada. Apenas não consigo contê-la, a menos que tivesse dobrado a mão em concha. Mas a realidade está sim manifestada na mão molhada, apenas não consegui retê-la. Quero igualmente conter a neurose que se me escapa; examinar, descaracterizar, re-significar, apesar da fluidez com que se move. Uma boa figura: retê-la ao menos, como faria com meu dedo indicad
ADOLESCÊNCIA, O PRIMEIRO DESAFIO DO HERÓI
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Amanhece: o sol desliza cuidadosamente sobre os poucos campos e os telhados muitos da cidade, como se viesse pé ante pé para não fazer barulho e acordar os homens antes da hora. Qual é a hora? Como saber a hora certa de acordar, levantar-se e agir? Um grande mistério da vida é a adolescência, momento em que o sol nasce especialmente para acordar a criança e transformá-la em Homem, exortando-a: “vem viver, não precisa pensar agora, apenas experimente através dos seus sentidos; deixe a Natureza guiá-lo, orientar, ensinar, transformar, aprimorar ...” O processo poderá doer um pouco, apertar como sapato novo que se usa sem meia pela primeira vez, mas ... esta fantástica viagem será a primeira saga do pequeno herói, ao encontro de Apolo e Dionísio, para construir-se através da ordem, da harmonia, do equilíbrio e de seu contraponto: o caos. Dionísio dá as boas vindas: a festa começou. O paradoxo de ser adolescente não é apenas uma característica do ser, mas um processo de muita velocidad
Mito, filosofia e ciência e a produção de conhecimento
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A filosofia tem sido a Grande Mãe paciente, cuidadora, cujas mãos habilidosas tecem mantos para agasalhar a alma inquieta dos homens, e também lógicas formais para satisfazer espíritos antigos e egos modernos; mãos que acalentam as filhas ciências, enquanto estas se entregam a profícuo labor na produção de conhecimento,exibindo algumas vezes o sorriso arrogante de quem se reconhece indispensável na arte de desvendar e explicar o universo. Filha vaidosa, rainha do século XXI, a ciência corre o risco de tornar-se o mito pret-a-porter da atualidade. A filosofia convida o homem a trilhar caminhos novos, e velhos caminhos de modos diferentes; aproxima-se delicadamente, observa com paciência indizível o transformar-se constante do ser humano, eternamente envolvido na tarefa de realizar-se através do trabalho e da liberdade, porque onde existe a práxis existe vida; onde existe escolha existe a manifestação da vontade, do desejo, e eis aí o homem. A filosofia nos ensina a enxergar, mais q
O QUE É O HOMEM? VISÃO FILOSÓFICA
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A filosofia, nascida do ventre amoroso dos mitos, tem sido a Grande Mãe paciente, cuidadora, cujas mãos de maravilhosa habilidade tecem mantos para agasalhar a alma inquieta dos homens, e lógicas formais para satisfazer e acalmar suas mentes antigas e seus egos modernos; mãos que acalentam as filhas ciências, enquanto estas se entregam ao profícuo labor nas busca de conhecimentos,(exibindo algumas vêzes o sorriso arrogante de quem se reconhece necessário e competente na arte de desvendar e explicar o universo.) Filha vaidosa, rainha do século XXI, a ciência corre o risco de tornar-se o mito pret-a-porter da atualidade. A filosofia convida o homem a trilhar caminhos novos, e velhos caminhos de modos diferentes; aproxima-se delicadamente, observa com paciência indizível o transformar-se constante do ser humano, eternamente envolvido na árdua tarefa de realizar-se através do trabalho e da liberdade, porque onde existe a práxis existe vida; onde existe escolha existe a manifestação da vont
O menino e a ciência
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O olhar extasiado do menino diante das realizações da ciência é um olhar meticuloso, objetivo, intenso e rigoroso; tem a precisão de um bisturi a cortar entre artérias; exibe a fascinação do discípulo diante da tutora exemplar e a mais absoluta confiança de que os cientistas atuam com extrema responsabilidade no que se refere à validade de seus métodos e às consequências de suas descobertas. O rapaz se encanta e deixa seduzir pela competência metodológica da ciência na arte de produzir conhecimentos e de resolver os problemas humanos através de tecnologias espetaculares. Auguste Comte, filósofo fundador do positivismo científico não previu o surgimento do mito do cientificismo. Mas a vestal encontra-se já assentada sobre o altar dos deuses, suas mãos generosas a distribuir verdades, seu discurso onipotente a seduzir os iniciados. Ao filósofo, todavia, cabe observar e questionar os cientistas e os técnicos a respeito da função das tecnologias, dos benefícios que sejam capa
OS 300 DE ESPARTA - UMA VISÃO FILOSÓFICA DO FILME
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A batalha de Termópilas registrada no filme apresenta atores de carne e osso atuando no cenário de um desenho animado riquíssimo nos efeitos e nas cores. Aqui se inicia a dualidade Fantasia x Realidade que vai permear a história. Baseada em fatos reais - a batalha efetivamente aconteceu na região norte da Grécia, Ásia Menor, em 480 a.C. - o embate aqui ocorre entre gregos e persas - mas também entre DUAS IDÉIAS que se opõem tão ou mais vigorosamente do que os guerreiros envolvidos. O Rei Leônidas (e o seu grupo de 300 espartanos) traduz a Ética e o uso convicto da Razão: pugna pela justiça, pela honra, pelo dever (de rei), pela dignidade e pelo respeito devido ao seu povo. Xerxes incorpora de modo incomparável o ídolo andrógino (mitológico) na aparência inconfundível, nos gestos lentos e cheios de ambiguidade, no discurso capcioso (o querer "terra e água" - que já os tinha muito e deles não precisava, embora os quizesse) e a fala direta: que Leônidas (a Razão)
A LIBERDADE DE NÃO IR E NÃO VIR
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SE EXISTE UMA SEARA A EXIGIR DO HOMEM IGUALMENTE CAUTELA E OUSADIA, ESTA CHAMA-SE LIBERDADE. NAS PALAVRAS DE SARTRE O HOMEM ESTÁ CONDENADO À EXERCER A SUA LIBERDADE PARA O BEM E PARA O MAL. ESCOLHO A LUZ, FURTO-ME A SOMBRA. ESCOLHO O DOCE, PERCO O SALGADO. E POR AÍ VAI. PARECE-ME QUE SER LIVRE É SABER DISCRIMINAR OS LIMITES ENTRE "EU QUERO" E "EU NÃO QUERO", MAS GUIAR-SE POR UM CRITÉRIO IDEAL QUE NÃO PERMITA CONSTRANGIMENTOS. NADA QUE ME FORCE, OU AGRIDA; ME PRESSIONE, ME INDUZA, SEQUER ME SUGIRA CAMINHOS QUE EU NÃO QUEIRA TRILHAR. SE MEU DESEJO É FICAR, SOU LIVRE PARA NÃO IR. TUDO O QUE PRECISO PARA SER LIVRE É MANIFESTAR MINHA SOBERANA VONTADE.TODAVIA, FEITA A MINHA ESCOLHA, PAGO POR ELA. NESTE MOMENTO A RESPONSABILIDADE ME PISCA OLHOS DE BRILHANTE SENSATEZ. SE AS MINHAS ESCOLHAS SERÃO BOAS OU MÁS ... AÍ JÁ É OUTRA HISTÓRIA.
O MISTÉRIO DAS BRUXAS
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BOM DIA FLOR DIA! BOA SEXTA FEIRA TREZE PRA VOCÊ TAMBÉM As Bruxas formam o mito do oculto, do secreto, do poder misterioso que nos pode subjugar e do qual não sabemos como nos defender. Temer a Bruxa é atitude do ignorante, daquele que "não conhece" as bruxas, pois na verdade, a Bruxa nada mais é do que uma Fada que gosta de fazer amor, possuidora de vontade própria, de desejos, convicções, iniciativa e força para vencer desafios. Veste preto porque esta cor inibe todas as outras (e as contém), o que a protege das irradiações negativas (quebrante não "pega" nas bruxas). Experimente olhar com simpatia para esta fascinante criatura que sabe tão bem usar uma "vassoura". Debaixo daquele chapéu preto básico há um cérebro efervescente, olhos de ver, nariz de cheirar, boca de sussurrar, ouvidos de ouvir e uma risada franca de quem não tem medo de encarar a vida. (além de que a verruga no nariz não passa de mito, é coisa da oposição, invejosa do charme magnéti
SAUDADE
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SAUDADE VISITA TODOS OS CORAÇÕES PRESTE ATENÇÃO, VOCÊ NÃO ESTÁ SÓ COM A SUA SAUDADE Saudade, embora tanto doa Por certo não dói à toa Nem é só pra machucar Saudade é busca de alguém Que agora já é ninguém Que se foi ... não quer voltar. Meus suspiros, minhas penas Minhas dores são apenas Essa falta de você Do seu cheiro e do seu jeito Do seu riso satisfeito De que eu gosto e sei porque. Que pena que estou sofrendo amando ainda e aprendendo o ritual do adeus ... Eros, pequenino deus do Amor continua a voar a redor dos amantes!
Uma reflexão no jardim
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Véspera de aniversário: um pé na soleira dos sessenta anos, um jeito de não é comigo, dou de cara com Heráclito no jardim! "Tudo se move o tempo todo, nada está no mesmo lugar, piscou, já mudou." Deparei-me com o Tempo enquanto passeava no jardim. Quedei-me a filosofar debaixo do céu onde os deuses inventados pelos homens e o Criador que me inventou no ventre de minha mãe observavam o meu pensar. Pensei na figura de uma vela acesa, chama trêmula a consumir a cêra de abelha, a cêra a alimentar o fogo, o fogo a produzir fumaça e esta a desmanchar a sua essência no ar... Ar no qual voam as abelhas e os anos de minha vida a reafirmar o tempo. Tempo que dá ao meu corpo mais vagar, porém maior faz o vigor e o poder de minha alma cada dia mais alerta . APÓS ESTE MOMENTO NO JARDIM PERDI O MEDO DO TEMPO. Não há mais receio de caminhos que levam a lugares desconhecidos, por onde antes seguiram amores e amigos. Não cabe mais preocupação pela minha hora e vez porque sei que sou a chama,