Conflitos Recorrentes entre Mãe e Filha
A Grande Mãe Demeter, conflitos recorrentes entre mães e filhas.
Problemas com sua filha?
Sua mãe não entende você?
"Ninguém jamais se separa inteiramente da mãe." Barbara Black Koltuv, Ph.D.
Aprenda a lidar com este conflito através do mito da deusa mãe Demeter e de sua filha Perséfone. Compreenda os movimentos feitos para a conquista da individualidade, sabedoria e realização.
Primeira coisa para compreender a relação arquetípica entre mãe e filha; observar símbolos e mitos. A belíssima história de Demeter e Perséfone.
O relacionamento entre mães e filhas decorre de um entrelaçamento visceral, extra modum (além da medida), um movimento sem princípio nem fim, bem representado pelo 8 deitado, ou símbolo do infinito. Vale pontuar a conexão fisiológica entre ambas representada pela placenta e pelo cordão umbilical.
Isso porque das barrigas das mães saem as meninas, de cujas barrigas sairão as suas meninas... (falar de meninos agora é fora do nosso tema).
Qualquer coisa para se analisar em uma criança, deve-se olhar necessariamente para a mãe. Pois que uma parte dela está incrustrada na filha, não apenas como herança filogenética, traços, cor de olhos, timbre de voz etc.. Mas uma parte de sua alma e nesta parte, fagulhas de seu poder.
Trata-se de uma capacidade inata, ontogenética, própria do ser.
Esta fagulha permite que a filha, ao dar a luz, saiba exatamente como tocar, segurar, proteger e falar ao seu bebê. Fará exatamente como sua mãe fez, e antes dela, sua avó. Aplicará este conhecimento instintualmente e o desenvolverá como seu.
Algumas jovens mães, intuidas do poder contido na aplicação desta mágica receita da vovó, da qual intuitivamente se apropriam, alardeiam obter seus conhecimentos em modernos livros de pediatria e psicopedagogia. Negam o óbvio como defesa diante dos poderes da avó, na verdade, a Grande Mãe Demeter.
Demeter é também Gaia, a Mãe Terra, ventre simbólico de onde tudo provém; água, plantas, alimentos ... e para onde tudo retorna. Demeter é, desta forma, deusa da Vida e da Morte.
No mundo fático observamos a natureza, em modo contínuo, alternar a vida e a morte. Pulsão de vida x pulsão de morte ... a energia é a mesma. A função é diferente. É preciso morte para que haja vida. O mito da Fenix ... mais um arquétipo a nos visitar.
Para se comer bife, é preciso matar a vaca. Para se comer o pão é preciso matar o trigo. Para eu viver é preciso que algo morra, ou se transforme.
Para uma nova Mãe existir, é preciso que a mãe anterior morra (ou se transforme em avó.)
Muitas avós moderninhas, eternas adolescentes, desequilibram-se como indivíduos, pois alteram o trânsito natural da existência: nascer, crescer, amadurecer, multiplicar, envelhecer e morrer. Contradizer este ritmo é, no mínimo, tolice.
Em uma relação mãe/filha (onde não existe a figura do neto) temos duas protagonistas para uma mesma história, duas psiques envolvidas no processo de vir-a-ser, o processo de individuação (C.G.Jung). Duas personas distintas, duas sombras em ação, dois animus voluntariosos, e dois >selves, a totalidade essencial da psique.
Esta egrégora arquetípica é mais que suficiente para causar a dessintonia e os conflitos habituais observados entre mães e filhas. Arquétipos são forças incontroláveis, poderosas, que manifestam sentimentos e necessidades primitivas de existir e de se consumir, como um relâmpago em busca dos mistérios subterrâneos da terra.
São, no mínimo, quatro deusas (Selene, Ártemis, Hécate e Lilith) a dançar ao redor de um mesmo caldeirão, mas cada qual a preparar a sua poção de feiticeira.
Ocorre que, de fato, embora se enfrentem como duas rainhas, mãe e filha estão submetidas a uma hierarquia natural e obrigatória; uma é mais velha e mais sábia que a outra. Temos uma rainha e uma princesa (Demeter e Perséfone) a se enfrentarem e todos sabemos que na natureza não podem existir duas rainhas em uma mesma colméia.
Aqui reside o impasse que clama por transformação e morte simbólica.
Curiosamente, se a mais forte (Demeter) reverenciar a mais fraca será obtido um armistício em nome da sabedoria.
Se a princesa Perséfone reconhecer e acolher o poder da Rainha mãe, será ela mesma transformada em rainha (terá seu próprio reino para dominar, o Hades) e não terá porque cobiçar o território materno. Será obtido o armistício em nome da prudência, o que igualmente significa sabedoria. Neste instante Perséfone se transformará em rainha, sem que seja necessário destronar a Rainha Mãe. Assim se inicia a resolução do conflito.
Como se vê, embora antagonistas, até mesmo adversárias, Demeter e Perséfone não são inimigas; ambas precisam lidar com ambiguidade e ambivalência (amor e ódio). Cada uma significa um dos círculos que formam o 8 deitado (infinito). Estão vinculadas ad infinitum.
São duas mulheres eternamente em busca de harmonia, sabedoria e realização. De preferência, cada uma a cozinhar no seu próprio caldeirão; sem abrir mão de sua individualidade.
Simples, não é?
Problemas com sua filha?
Sua mãe não entende você?
"Ninguém jamais se separa inteiramente da mãe." Barbara Black Koltuv, Ph.D.
Aprenda a lidar com este conflito através do mito da deusa mãe Demeter e de sua filha Perséfone. Compreenda os movimentos feitos para a conquista da individualidade, sabedoria e realização.
Primeira coisa para compreender a relação arquetípica entre mãe e filha; observar símbolos e mitos. A belíssima história de Demeter e Perséfone.
O relacionamento entre mães e filhas decorre de um entrelaçamento visceral, extra modum (além da medida), um movimento sem princípio nem fim, bem representado pelo 8 deitado, ou símbolo do infinito. Vale pontuar a conexão fisiológica entre ambas representada pela placenta e pelo cordão umbilical.
Isso porque das barrigas das mães saem as meninas, de cujas barrigas sairão as suas meninas... (falar de meninos agora é fora do nosso tema).
Qualquer coisa para se analisar em uma criança, deve-se olhar necessariamente para a mãe. Pois que uma parte dela está incrustrada na filha, não apenas como herança filogenética, traços, cor de olhos, timbre de voz etc.. Mas uma parte de sua alma e nesta parte, fagulhas de seu poder.
Trata-se de uma capacidade inata, ontogenética, própria do ser.
Esta fagulha permite que a filha, ao dar a luz, saiba exatamente como tocar, segurar, proteger e falar ao seu bebê. Fará exatamente como sua mãe fez, e antes dela, sua avó. Aplicará este conhecimento instintualmente e o desenvolverá como seu.
Algumas jovens mães, intuidas do poder contido na aplicação desta mágica receita da vovó, da qual intuitivamente se apropriam, alardeiam obter seus conhecimentos em modernos livros de pediatria e psicopedagogia. Negam o óbvio como defesa diante dos poderes da avó, na verdade, a Grande Mãe Demeter.
Demeter é também Gaia, a Mãe Terra, ventre simbólico de onde tudo provém; água, plantas, alimentos ... e para onde tudo retorna. Demeter é, desta forma, deusa da Vida e da Morte.
No mundo fático observamos a natureza, em modo contínuo, alternar a vida e a morte. Pulsão de vida x pulsão de morte ... a energia é a mesma. A função é diferente. É preciso morte para que haja vida. O mito da Fenix ... mais um arquétipo a nos visitar.
Para se comer bife, é preciso matar a vaca. Para se comer o pão é preciso matar o trigo. Para eu viver é preciso que algo morra, ou se transforme.
Para uma nova Mãe existir, é preciso que a mãe anterior morra (ou se transforme em avó.)
Muitas avós moderninhas, eternas adolescentes, desequilibram-se como indivíduos, pois alteram o trânsito natural da existência: nascer, crescer, amadurecer, multiplicar, envelhecer e morrer. Contradizer este ritmo é, no mínimo, tolice.
Em uma relação mãe/filha (onde não existe a figura do neto) temos duas protagonistas para uma mesma história, duas psiques envolvidas no processo de vir-a-ser, o processo de individuação (C.G.Jung). Duas personas distintas, duas sombras em ação, dois animus voluntariosos, e dois >selves, a totalidade essencial da psique.
Esta egrégora arquetípica é mais que suficiente para causar a dessintonia e os conflitos habituais observados entre mães e filhas. Arquétipos são forças incontroláveis, poderosas, que manifestam sentimentos e necessidades primitivas de existir e de se consumir, como um relâmpago em busca dos mistérios subterrâneos da terra.
São, no mínimo, quatro deusas (Selene, Ártemis, Hécate e Lilith) a dançar ao redor de um mesmo caldeirão, mas cada qual a preparar a sua poção de feiticeira.
Ocorre que, de fato, embora se enfrentem como duas rainhas, mãe e filha estão submetidas a uma hierarquia natural e obrigatória; uma é mais velha e mais sábia que a outra. Temos uma rainha e uma princesa (Demeter e Perséfone) a se enfrentarem e todos sabemos que na natureza não podem existir duas rainhas em uma mesma colméia.
Aqui reside o impasse que clama por transformação e morte simbólica.
Curiosamente, se a mais forte (Demeter) reverenciar a mais fraca será obtido um armistício em nome da sabedoria.
Se a princesa Perséfone reconhecer e acolher o poder da Rainha mãe, será ela mesma transformada em rainha (terá seu próprio reino para dominar, o Hades) e não terá porque cobiçar o território materno. Será obtido o armistício em nome da prudência, o que igualmente significa sabedoria. Neste instante Perséfone se transformará em rainha, sem que seja necessário destronar a Rainha Mãe. Assim se inicia a resolução do conflito.
Como se vê, embora antagonistas, até mesmo adversárias, Demeter e Perséfone não são inimigas; ambas precisam lidar com ambiguidade e ambivalência (amor e ódio). Cada uma significa um dos círculos que formam o 8 deitado (infinito). Estão vinculadas ad infinitum.
São duas mulheres eternamente em busca de harmonia, sabedoria e realização. De preferência, cada uma a cozinhar no seu próprio caldeirão; sem abrir mão de sua individualidade.
Simples, não é?
Muito bom! Ao meu ver mãe e filha são o espelho uma da outra. Se observam e se analisam intensamente, enxergando defeitos que são invisíveis para os outros, e pior se acham no direito de mencioná-los, pois acreditam estar dando uma demonstração de afeto.
ResponderExcluirO conflito também se dá pois as mães sempre querem o "melhor" para as filhas, já as filhas que querem nota máxima, não aceitam "criticas" As mães vivem dando conselhos e ajuda que as filhas não pediram , ao que as filhas reagem de forma insensível e até agressiva por considerarem "palpites fora de hora".
Então que busquem sabedoria, pois amor não lhes falta.
Marlene Paz
Creio que a fonte de todo conflito seja querer que o outro seja o que não é... é difícil aceitarmos a diferença principalmenteem quem amamos.
ResponderExcluirPor enxergarmos mais de perto defeitos e qualidades nas pessoas que amamos, cremos ter o direito e por que não dizer a obrigação de advertir, ensinar, mostrar o caminho melhor, na nossa opinião.
Esquecemos que o caminho é aquele pelo qual se passa e por isso não podemos ensiná-lo.
Hoje sou mãe, antes era apenas filha... vejo como é interessante ver meu filho descobrir e aprender com suas próprias experiências. Observá-lo e estar perto pra quando ele solicitar, essa é missão.
Ver de perto quem ele irá se tornar e permitir que ele seja alguém! Alguém pra amar, como for.
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